O poder transformador da Palavra de Deus | |
«No ano 401 D.C. um rapaz inglês de 16 anos chamado Patrícius foi sequestrado por um grupo guerreiro Irlandês, sequestrado da sua terra e vendido a um mesquinho Capitão Irlandês chamado Milliucc que o enviou para o campo a fim de ser pastor do seu rebanho.
Patrícius passou meses sozinho nas montanhas, a fome corroendo-o por dentro e o frio pegajoso mordendo o seu corpo, até finalmente buscar ajuda da única fonte restante: ele começou a orar.
Antes, Patrícius realmente não acreditava no Deus sobre o qual seus pais o haviam ensinado. Ele achava que os sacerdotes eram tolos, mas encontrou em Deus a fonte de força que o ajudou a suportar seis longos anos de amargo isolamento e privação. Ele disse que o cuidar dos rebanhos era o seu trabalho diário e ele orava constantemente durante as horas do dia. Ele escreveu mais tarde que o amor de Deus e o Seu temor o cercavam cada vez mais. A fé cresceu e o espírito refloresceu.»
«Então certa noite Patrícius foi acordado por uma voz misteriosa que lhe disse que voltaria para casa: "Olha, o teu navio está pronto", afirmou a voz. Apesar da incerteza quanto à direcção e à distância, Patrícius rumou para o mar. Mais de três mil quilómetros depois, encontrou um navio de partida para Inglaterra. Quando alcançou a terra natal, contudo Patrícius descobriu que não combinava com o seu povo. "Física e psicologicamente endurecido pelas incompartilháveis experiências, desesperadamente atrasado na educação, comparado com os seus colegas, ele não podia descansar", escreve o historiador Thomas Cahill. Então, certa noite o ex-escravo ouviu a voz de Cristo outra vez, agora dizendo para voltar à Irlanda. Ele começou o treinamento Teológico e depois retomou como Patrick, Missionário para os Irlandeses".»
«Patrick trouxe a mensagem Cristã para dentro dessa cultura sanguinária e estabeleceu Mosteiros em toda a terra. O movimento monástico começou a revolucionar o Mundo, substituindo os antigos valores de uma sociedade guerreira com novos valores de Cristianismo. Vivendo o estilo de vida de Patrick, os guerreiros abandonaram as suas espadas, as guerras entre tribos diminuíram significativamente e o comércio de escravos terminou.
Uma cultura de guerra e poder bruto foi transformada por uma ética que santificou o trabalho manual, a pobreza e o serviço. Uma cultura de analfabetismo e ignorância tornou-se uma cultura de aprendizagem.
Esse não era nenhum retorno romântico, como as melodias das baladas Irlandesas. Quando Parrick começou a sua Missão, encarou os Sacerdotes pagãos Irlandeses (Druidas) que ainda praticavam rituais de sacrifício humano para o seu monstruoso deus Celta (frequentemente retratado comendo pessoas).
Os ferozes guerreiros Irlandeses, acreditando que a cabeça humana era o centro da alma, penduravam os crânios dos seus inimigos nos cintos como troféus.»
As Bíblias substituíram os crânios humanos
«Além disso, depois da queda de Roma, os mosteiros da Irlanda tornaram-se refúgios para um vasto número de académicos Cristãos e monges fugindo dos bárbaros vindos de toda a Europa e até de lugares tão distantes quanto o Egipto, a Arménia e a Síria.
Em consequência, diz o historiados Kenneth Clark, tão surpreendente quanto possa parecer, "Por um bom tempo - quase cem anos - o Cristianismo ocidental sobreviveu apegando-se a lugares como Skeiling Michael, um pináculo de pedra localizado a cerca de 29 quilómetros da costa irlandesa.
Mesmo assim o Cristianismo realmente sobreviveu e, como resultado, uma enchente de missionários da Irlanda espalhou-se pela Escócia, Inglaterra e pelo restante continente Europeu.
Por todo o caminho, os monges carregavam as suas tradições de copiar e preservar a Bíblia. Junto com todos os outros livros que conseguiam salvar - incluindo os grandes clássicos Gregos e Romanos, alguns dos quais não eram vistos na Europa por séculos. Eles também ensinavam aos convertidos Latim, música e pintura.
Para se ter uma ideia do êxodo entre 650 e 850 D.C. (depois de Cristo) mais de metade de todos os comentários conhecidos da Bíblia foram escritos por Irlandeses.
Por todos os lugares onde chegavam os monges Irlandeses, carregavam as suas Bíblias e livros ao redor de suas cinturas, exactamente como os Irlandeses pagãos faziam com os crânios dos seus inimigos."»
O Irlandês Salvou a Civilização
«Foi desse gesto que "O Irlandês Salvou a Civilização". O trabalho disciplinado daquele povo convertido estancou a onda de barbarismo pela Europa, preservou a melhor cultura greco-romana e infundiu nova vida no Continente.
Esse feito extraordinário foi realizado repetidas vezes por toda a Idade das Trevas. Vindos do Norte, os Vikings investiam com frequência sobre a costa ou navegavam bem para o interior pelos rios para pilhar e destruir, matando as pessoas, arruinando os campos, saqueando as riquezas e queimando as cidades através da Europa.
Vindos do Oriente, os Húngaros e os Avares, os Hunos e os Mongóis varriam sucessivamente pelas estepes, deixando devastação e morte por onde passavam. Porém todas as vezes que o Cristianismo mostrou o seu poder de regeneração espiritual inextinguível e sobrenatural; todas as vezes as comunidades monásticas se erguiam dos escombros para se tornarem ilhas de paz e ordem espiritual.
A primeira preocupação dessas comunidades era nutrir a vida interior pela fé mas a reforma espiritual inevitavelmente descambou para a mudança social.
Uma paz duradoura não poderia vir para Europa até que os bárbaros fossem evangelizados. Um dos capítulos mais emocionantes na História da Igreja Cristã foi a transformação dos bárbaros de guerreiros sanguinários em fazendeiros amantes da paz, determinados a viver pelo trabalho das suas próprias mãos ao invés de roubar e destruir.
Como os bárbaros se converteram e as suas invasões cessaram, a sociedade Europeia começou a florescer.»
in O Cristão na Cultura de Hoje
